sexta-feira, março 17, 2006
UMA IMAGEM DO MEU PASSADO
Este poema foi escrito por mim com todo sentimento em Fevereiro de 2002.
E dedicado a todos os escassos bons amigos que me fizeram sobreviver.
Solitário trilho ermo eu seguia,
Rumo ao doce infinito e vago espaço
Quando em meu peito o amor como um abraço,
Meu coração enlaçou naquele dia.
Um perfume de esperança nos teus braços
Que enredavam meus momentos de prazer
Torneavam meus sentidos no querer
Que o tempo parasse sem espaços.
Dei-te o corpo, dei-te a alma, dei-te o querer,
Dei-te a vida e o delírio da paixão.
E no extase e fulgor desta união
Deste-me a preciosidade de um ser.
Misturou-se céu e mar sem horizontes
Na conjugação do verbo dos sentidos
Na miragem de sonhos tão vividos
A jorrar de prazer nas nossas fontes.
Mas... Ai que chama de paixão...
Que miragem de sorrisos e abraços...
Foram-se apagando os nossos passos
No triste esmorecer duma ilusão.
Exaltei de amor mas que tristeza
Ao mudar do caminho em que seguia.
A olhar e julgar ver o que não via
Ofuscado pelo brilho da beleza.
E as pegadas que deixámos lado a lado
Diluíram-se como as agruras no tempo.
Mas de nós ficou este rebento
Que só por si justifica ter-te amado.
Hoje vou errante caminhando
As feridas já fecharam!... e na saudade
Procuro nos recantos da amizade
Um ombro onde me vou aconchegando.
Como diz o poeta....
Tudo vale a pena se a alma não é pequena
Valeu a pena ter-te amado muito.
Carlos Jorge Oliva
(Memorias de um Amor)